Prioridade 2022: "Saber para Servir"

Há dias, intervindo na sessão inaugural do Museu Júlio Cardoso, o Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, fez sentir ao Primeiro-Ministro António Costa as continuadas dificuldades por que passam as Associações e Corpos de Bombeiros do país.

Sabe-se que o Governo está limitado na sua gestão, em virtude da dissolução do Parlamento por parte do Presidente da República.

Todavia, nunca é despiciendo alertar a classe política para os problemas por demais diagnosticados, decorrentes de injustas opções políticas de sucessivos executivos.

Aliás, vivemos o momento adequado para apresentar as reivindicações tidas por convenientes, convidando os partidos políticos ao debate de ideias com as estruturas representativas dos Bombeiros, no contexto das eleições legislativas de 30 de Janeiro de 2022.

Urge, para o sector dos Bombeiros, um plano de medidas que garanta, a curto e médio prazo, estabilidade financeira e operacional.

O investimento é necessário, configurado numa política de protecção civil mais consciente (não basta afirmar que somos a coluna vertebral do sistema), onde o regime jurídico dos Bombeiros Portugueses, com destaque para a problemática do financiamento das Associações, e os protocolos estabelecidos na esfera do Ministério da Saúde mereçam tratamento prioritário em termos de revisão, antes que colapsemos e afectemos a prestação de serviços às populações.

Em 2022, Portugal terá um novo Governo e a LBP conhecerá uma nova liderança.

A expectativa é naturalmente grande. E a responsabilidade de todos os eleitos torna-se ainda maior.

No eventual ímpeto de quererem mostrar trabalho, parece-me importante que as partes envolvidas não tenham a veleidade de abraçar todos os assuntos de uma só vez. Haja critério, clareza e sentido institucional.

De todos, sem excepção, exige-se, pois, elevação nos princípios e redobrados esforços nas acções, na tentativa de impedir que o sector esteja permanentemente sujeito a precipitadas decisões e, por conseguinte, a irreparáveis retrocessos e danos.

"Saber para Servir". Pela urgência de aceitáveis atitudes comportamentais, talvez se justifique trazer à colação o lema da Escola Nacional de Bombeiros, adaptando-o à circunstância.

Desejo, sinceramente, que assim seja o posicionamento futuro.

Pelos Bombeiros, por Portugal.

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