As Presidenciais, a falta de vacinação e muito mais

Dois dos candidatos às Eleições Presidenciais, Ana Gomes e Marcelo Rebelo de Sousa, visitaram, no último fim-de-semana, quartéis de Bombeiros dos arredores de Lisboa.

É minha convicção que os Bombeiros Portugueses estão saturados deste e de outros tipos de acções inconsequentes.

Ao invés de visitas pontuais, cujo sentido de oportunidade oferece-me qualificar de muito discutível, seria bem mais adequado que a classe política colocasse em prática a sua influência, nas sedes próprias dos vários poderes, com vista a encontrar soluções para problemas recorrentes, sucessivamente discutidos e adiados.

Continuamos a assistir a precipitadas decisões e medidas que devem merecer das estruturas dos Bombeiros Portugueses a sua mais ardente indignação.

A ausência de um plano prioritário de vacinação destinado aos elementos dos Corpos de Bombeiros constitui aumentado nível de desrespeito pelo principal agente da Protecção Civil em Portugal, o que não me parece ter a ver com os mais altos responsáveis da Autoridade Nacional. Este e outros entraves decorrem, em meu entender, de um antigo e reabilitado projecto político que nunca priorizou os Bombeiros - Voluntários e Profissionais - como sector a zelar, proporcionando-lhe condições de progresso.

A problemática latente é bem sintomática das nossas fragilidades, designadamente, quanto à necessidade de se pugnar pela criação, no seio da organização dos Bombeiros, de um efectivo serviço de vigilância médico-sanitária, que pense e aja.

Somente no nosso país isto é possível. Anuncia-se, pomposamente, a constituição de equipas especializadas em COVID-19 nos Corpos de Bombeiros Voluntários, mas não se garantem, a tempo, aos respectivos Operacionais, meios elementares de protecção e segurança.

Todos precisam dos Bombeiros, pelo que se impõem gestos justos e compatíveis com essa mesma inevitabilidade.

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