Sobre as Equipas COVID-19 nos Corpos de Bombeiros

O Governo entendeu criar, por despacho da Secretária de Estado da Administração Interna, equipas especializadas para a resposta à situação pandémica pelo vírus SARS-CoV-2, devendo aquelas funcionar no âmbito dos Corpos de Bombeiros Voluntários.

Concordo com o princípio da medida, mas discordo do método utilizado para a concretizar, porquanto coloca os Bombeiros numa situação de continuada e intolerável subalternização.

Os Corpos de Bombeiros são detidos por Associações Humanitárias de Bombeiros (AHB), pelo que estas não podem ser ignoradas em todo e qualquer processo que implique a alocação de meios que lhes pertencem. Devia o Governo ter o cuidado de auscultar previamente as Direcções das AHB, atendendo também ao facto de as referidas equipas pressuporem custos de manutenção.

É inconcebível que o saibamos, como acto consumado, através de circular da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), a quem, no papel de Confederação Nacional, cabia, em primeira instância, alertar a tutela para a exiguidade do valor diário apresentado, aplicável ao pagamento dos veículos afectos a equipas especializadas: 85,00 euros. Não o fez! A meu ver, de modo precipitado, aplaudiu a decisão tomada, que enferma de total desconhecimento sobre as necessidades e gastos suportados pelas AHB, na vertente do combate ao SARS-CoV-2.

Ainda a respeito da LBP, instituição que muito prezo e à qual me unem fortes laços, não posso deixar de referir que teria sido assertivo manter a coerência colocada na produção de certos documentos de clara e compreensível indignação versando as opções políticas do Governo, designadamente, no domínio do financiamento do sector dos Bombeiros.

Vão, na prática, as AHB suportar os custos das equipas aqui em causa?

Suporte quem quiser!

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